terça-feira, 25 de julho de 2006

Ontem o luar

Jogo decisivo. Estádio quase lotado, apenas um pedaço de arquibancada atrás do gol, reservado para a torcida adversária que ainda não chegou. Times entram em campo, perfilam-se com o trio de arbitragem. E atrás do outro gol está um dos 50 mil torcedores fanáticos que assistiriam àquela vitória.

Ele vê o luar no céu da capital, contrariando a nebulosidade prevista na TV. Uma hora antes do jogo, começa a cantar. Nada vai nos separar... Somos todos teu seguidores... Para sempre vou te amar... Amar? Logo ele, que parecia não amar ninguém. Não conheço outro mais racional que o nosso torcedor. Time, time querido... Pra cima deles... A torcida está contigo...

Agora entendo, ele não ama ninguém fora do estádio, mas quando pisa na arquibancada e pula nela, fazendo-a tremer, adora seu time acima de tudo. Ele tem sorte, seu time é bom. Seu amor lhe faz feliz. É claro que ele reclama, afinal são apenas três horas e meia de relação com seu time contra mais de 20 horas em um jogo bem mais difícil.

É um sentimento... Para mim uma religião... Salve Bodinho, Dom Elias também o Falcão... Antes do jogo, ele se vira geograficamente, para o lugar de onde viera. Lá está a lua, como se fora um espelho que refletisse a sua casa, o seu habitat. Via a sua mãe, sua irmã, seu irmão um pouco mais perto e o time alguns metros abaixo, na sua frente.


A zaga se defende... Toma a bola, lança em profundidade na meia esquerda... Vai meu filho, na velocidade... Passou de viagem pelo zagueiro, enveredou pelo meio... Chegou na meia-lua, apontou, atirou... Goooooooooooooool... Goooooooooooooool... Dáááááá-lheeee... Iaaaahuhuhuhuhuhuhuhu... Gooooolaaaaçooooo...

Torcedor feliz, seu ópio é permitido em lei. Seu amor é correspondido pelo placar eletrônico e eventuais decepções são igualmente divididas entre milhões de apaixonados. ... Minha vida ... Minha história ... Meu amor ... Canta, vibra, torce. Quem está ao teu lado não te conhece, que te viu e não gostou não te conhece, quem te abraçou não te conhece.

Vamo, Vamo, Vamo meu torcedor... Eu sigo te apoiando... Por este campeonato... O céu está claro e a grande final está longe. Ontem o luar me disse: Por mais difícil que seja, um dia o jogo vira e tu vences.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

O céu está chorando

Modéstia à parte, eu sempre fui criativo para colocar apelidos nas pessoas. Alemoa, Bagaciro, Infanie, todos de grande repercussão na Facos. Também gostava de fazer trocadilhos com os sobrenomes dos outros, mas não faço mais. Por causa disso, uma coisa me intriga bastante: Como futuros comunicadores podem ser tão displicentes na “arte de criar apelidos”?

Em uma turma de duas pessoas de mesmo nome, simplesmente chamam uma de ‘inha’ e outra de ‘ão’. Lamentável! É preciso algo mais do que Garnier, Dove e Albany nestas cabeças. Além disso, Lauro Quadros já dizia que jornalista é aquele que separa o joio do trigo (e fica com o joio).

Mas como separar duas loiras, de qualidade semelhante, mas de estilos tão diferentes? Pelo nome, talvez. E este é um trabalho para mim. Sim, eu mesmo descobriria um método de diferenciá-las, e precisava de uma para ser a minha inspiradora. Não foi difícil. Se eu estava em busca Da Musa, achei DanuZa. Equivalência perfeita. Ela, a Facco, a Mattiazzi, a maior.

Ela vai além das estrelas supernovas da TV Campus. Ela reúne energia de um conjunto de estrelas, de alguns sóis e outros satélites naturais. Não a chamo de galáxia porque os planetas são apagados e os asteróides apenas incomodam. A ela, serve a alcunha de Constelação. Uma Constelação em Forma de Mulher.

Um ciclo encerra nesta constelação. Abre-se outro. Uma hora e meia em frente ao computador, cuidando as palavras, é muito pouco para presenteá-la. Estas estrelas não morrem, não envelhecem, não caem, não aparecem apenas à noite. Se fosse possível ser meio-dia e o céu estar chorando em todas as partes do mundo, ao mesmo tempo, DanuZa iria matizar do Agreste ao Oceano, do pico mais alto ao vale mais profundo.

Experiência não falta. Ela já iluminou Silveira Martins, Júlio de Castilhos e, até a Assembléia Legislativa do Estado onde lecionou Sérgio Zambiasi, Iara Wortmann e outros. Se fosse preciso mau tempo para termos o seu sorriso como ornamento, não cansaríamos de dizer: O céu está chorando.


Texto em homenagem à colega citada que aniversaria hoje